O NYLON conversou com Lea sobre Places, sua performance com Darren Criss e até sobre a possibilidade de voltar para a Broadway. Confiram a tradução realizada por nossa equipe:
Apesar de ter apenas 30 anos, Lea Michele já fez basicamente tudo. Ela começou sua carreira na Broadway aos 8 anos (onde esteve por 15 anos de sua vida), então se mudou para a TV, protagonizando o sucesso Glee e em seguida Scream Queens (pela qual estamos de dedos cruzados torcendo por uma renovação) e lançou seu primeiro álbum, Louder, no meio disso tudo. Está claro que e a vida da cantora e atriz é sua arte e vice-versa.
Enquanto seu primeiro álbum acabou por ser principalmente voltado para o pop, Lea usou de uma abordagem diferente em seu segundo trabalho, Places. No lugar de procurar ser a próxima Britney Spears ou Ariana Grande, focou no que vinha mais naturalmente para ela, no que gosta mais e mostra de melhor forma sua verdadeira personalidade. A cantora queria que o foco desse segundo CD fosse a força de seus vocais. Trilhando o caminho de Barbra Streisand e Adele, Lea elaborou um álbum que soa como ela, algo que poderia representar sua habilidade em se apresentar. Juntamente com o foco central em sua voz, desenvolveu Places em torno de anedotas pessoais, que poderia dividir com o público durante as apresentação, já que seus fãs são tão importantes para ela. E no coração disso tudo, está o conceito do amor em todas as formas, algo que Lea mergulha fundo com seus vocais poderosos em seu álbum de 11 músicas.
Places foi lançado hoje, 28 de abril, e antes disso, conversamos com Lea Michele sobre não fazer um álbum pop, sua performance com Darren Criss e se ela voltaria ou não para a Broadway.
NYLON: Você disse que esse CD era mais do tipo Céline Dion. Como você acha que isso soou para seus fãs?
Lea: Acho que quando fiz meu primeiro álbum, com certeza tive uma pegada mais pop. Dar essa volta fazendo um álbum que foca na minha voz, que é similar ao que eu cresci ouvindo, como Barbra Streisand e Céline Dion, definitivamente traz um monte de nervosismo, porque não é a rota pop tradicional que todos estão tomando. É um risco, mas eu queria muito ser verdadeira comigo mesma e espero que meus fãs amem isso. Acho que há um desejo em mim de que as pessoas escutem boas cantoras e boas vozes. Espero que eles amem. Acho que quando as pessoas ouvirem, ficarão tipo “Isso é Lea Michele. Essa é a voz que vinha esperando ouvir.”
NYLON: Você se arrepende de ter lançado Louder?
Lea: De forma alguma! Eu ainda escuto Louder o tempo todo. No fim das contas, lamento apenas não ter tido tempo suficiente para promove-lo ou me apresentar com ele. Isso é o que eu faço. É o que eu nasci para fazer. Por isso que mesmo ainda no lançamento de Places, comecei a me apresentar, para mostrar às pessoas que isso é o que eu mais amo. Realmente amo demais e tenho muito orgulho disso. Significa muito para mim. Como tudo na vida, você muda para uma coisa nova e faz melhores escolhas e com essa rotina, você pode crescer e melhorar.
NYLON: Você disse na listening party que esse álbum era muito mais pessoal para você. De que maneiras veremos isso?
Lea: Acho que é mais pessoal porque eu realmente soo mais como mim mesma. É mais vulnerável para mim. Falo sobre muitas coisas nesse CD, há muitas músicas sobre amor. Mesmo que eu não tenha escrito a música, contribuí no conceito, tudo veio de um grupo de sessões de composição, em que eu contei histórias sobre minha vida. Foi daí que todas as músicas vieram. Não queria colocar nada que eu não pudesse apresentar ou falar sobre, nada que não fosse muito verdadeiro e pessoal para mim.
NYLON: O que você estava ouvindo quando fez Places?
Lea: Apenas o CD. Posso me influenciar por diferentes sons e você pode perceber isso no meu primeiro CD. Por isso que quando estava fazendo esse novo álbum, foi muito importante para mim soar como eu e ninguém mais. Não podia ouvir muita coisa sem que isso me tirasse do foco. Mas pessoalmente, escuto toneladas de músicas.
NYLON: Uma das partes mais devastadoras de sua vida foi perder seu ex-namorado, Cory Monteith. Essa parte aparece no novo CD?
Lea: Acho que esse assunto… no fim das contas, quando digo uma coisa sobre, as pessoas transformam em 100, então procuro manter muito sobre esse assunto de forma bem privada.
NYLON: Num mundo perfeito, quando falamos sobre lendas, com quem você gostaria de ser comparada?
Lea: Há tantas artistas incríveis. Sou muito inspirada por mulheres que têm a habilidade de se erguerem, cantarem e concentrarem a grandiosidade de suas performances no som de sua voz. Recentemente estive no show da Adele e me arrepiei com a forma com que ela comanda a apresentação. Se eu pudesse fazer algo como aquilo, ficaria muito grata.
NYLON: Você planeja focar em sua música pelo resto de 2017?
Lea: Sim! Também estou trabalhando em outro programa de TV, um piloto para a ABC. Mas estou muito animada com a tour que vem por aí. Quero me apresentar no máximo de lugares que puder antes que volte a essa nova série ou Scream Queens.
NYLON: Como o álbum acabou se chamando Places?
Lea: O álbum é realmente sobre mim, meu verdadeiro eu, meu real som. Cresci na Broadway e uma das maiores referências desse tempo é falar “places” no início da apresentação. É o que é dito nos bastidores antes de entrarmos em palco. Para mim, significa que é hora do show. É uma volta a quem eu sou e de onde venho.
NYLON: O que vai surpreender os fãs em Places?
Lea: Acho que me esforcei mais do que achei que pudesse vocalmente e algumas músicas são mais vulneráveis que outras. No fim das contas, espero que as pessoas digam “Isso soa como Lea Michele. Esse é o CD de Lea Michele”. Realmente esse é meu principal objetivo com o trabalho.
NYLON: Você faria um álbum pesadamente pop novamente?
Lea: Acho que responder a isso é tipo dizer como criará seu próximo filho antes mesmo de ter um. Aprendi muito com meu primeiro álbum e apliquei isso no meu segundo. Estou tão feliz com esse trabalho, que tive que dar toda a minha atenção a ele antes de pensar sobre o que vem pela frente. Talvez eu encontre outro som, mas acho que é preciso se afastar para se inspirar. Levei 3 anos para fazer esse segundo CD. Talvez o próximo não leve tanto. Quem sabe?
NYLON: Você se vê voltando para a Broadway?
Lea: Me perguntam muito isso e eu absolutamente amaria voltar para a Broadway. É a coisa mais difícil que você pode fazer. Considero um grande feito ter conseguido estar lá por tantos anos. Nesse momento, estou focando apenas no meu álbum, mas se a Broadway chamasse, estaria lá num piscar de olhos.
NYLON: Qual o seu conselho para artistas que estão começando?
Lea: Acho muito piegas dizer isso, mas você tem que simplesmente ser verdadeiro consigo mesmo. Você será encorajado por muitas pessoas que te darão vários tipos de conselho. No fim das contas, você é quem deverá estar confortável. Quando as luzes se apagam, é você quem estará no palco.
NYLON: Como foi cantar com Darren Criss novamente?
Lea: Foi incrível. Eu o adoro, ele é um garoto tão incrível. Depois de Glee, todos nós meio que caminhamos para trabalhar em nossas próprias coisas. Claro que ainda somos amigos íntimos, mas estamos todos focados nas próprias coisas. Simplesmente achamos que era uma boa hora para fazer algo juntos. Queríamos fazer algo para nossos fãs. Ambos somos muito gratos por estar onde estamos e queríamos relembrar uma época muito importante em nossas vidas.
NYLON: Houve alguma música que te deixou dividida sobre colocar ou não no álbum?
Lea: Não houve nada que coloquei no álbum e não sentisse que era 100% certa. Repetindo, levei 3 anos para fazer o CD – algumas coisas foram acrescentadas e algumas cortadas. “Love is Alive” foi a primeira música que gravei para “Places” e é a primeira do álbum. Me sinto muito confiante com o trabalho e ele inteiro me representa. Todas as músicas têm diferentes histórias e se você for a meu show, verá que é onde eu desmembro o que elas representam para mim e todos os bastidores delas. É libertador e meio que uma terapia em certo sentido.
NYLON: Como você espera que esse álbum ajude outras pessoas, já que é tão libertador para você?
Lea: Fui colocada na posição de modelo a ser seguido por alguns de meus fãs. Não é uma posição que eu aceito sem peso – Dou muito respeito a isso e tento ser o melhor modelo que consigo. Com esse álbum, me certifiquei de que as músicas fossem inspiradoras e tivessem muita luz e esperança. Quando ouvi “Anything Is Possible”, soube que precisava estar no CD, porque é muito inspiradora. Meu primeiro álbum trouxe muito peso, mas mesmo nas músicas mais sombrias, havia luz entranhada em todas as faixas. Isso me deixa muito orgulhosa. Espero que essas músicas deem às pessoas a força que deram a mim.
Tradução: Equipe Lea Michele Brasil
NÃO retire sem os devidos créditos