Lea Michele ressurge com o álbum ‘Places’: ”Dane-se se as pessoas não gostarem”

Depois de dividir seu tempo entre Glee e a gravação de seu primeiro álbum, Michele diz sobre seu acompanhamento, “Este disco merece todo o meu tempo e cuidado”.

Como você cria um título para o seu álbum se a sua gravadora diz que é para o dia seguinte, e nada está vindo à mente? Se você é Lea Michele, você cria uma sessão de abastecimento de vinho em sua casa, é claro.

Bem, não uma sessão, exatamente – a cantora de 30 anos de idade e ex estrela de Glee não estava tentando canalizar os mortos, mas o espírito de Steve Nicks. “Eu me servi a maior taça de vinho tinto, eu coloquei Fleetwood Mac no meu vinil, eu acendi velas, e eu literalmente comecei a rezar e pedir por um sinal”. Michele conta para a Billboard. “Eu tenho esse livro incrível que Steve Nicks me deu em 2013 quando meu namorado (seu parceiro, Cory Monteith) morreu. Ela me deu esse livro de artes dela que ela colocou notas ao longo dos anos e letras de canções, e então ela reescreveu notas pessoais para mim que dizem coisas como “Continue cantando e tenha fé”.

“Eu estava olhando através deste livro e rezando para que houvesse uma resposta nisso, em algum lugar.  E havia algo lá que dizia ‘A única coisa que importa é você, e quem você é’. Isso é o que eu tenho tentado fazer com o álbum todo – apenas conecte a mim e de onde eu vim”.

A mensagem levou Michele a chamar freneticamente seu melhor amigo, parceiro e estrela da Broadway, Jonathan Groff, “Eu estava tipo, ‘O que é algo do nosso tempo em Nova York – uma palavra, ou uma frase, ou algo que é do teatro, ou de nós?’ E ele disse, “O que acha de “Places”? Quando você está na Broadway, você recebe sua chamada de 30 minutos, e em seguida, sua chamada de 15 minutos. Você escuta ‘Todos em seus lugares’. E isso significa que é o showtime”.

Para Michele, o segundo álbum, “Places”, que será lançado ainda este ano, é a cortina em ascensão que ela esperava por toda a sua carreira solo. De 2009 a 2015, a estrela nova-iorquina estrelou como Rachel, em Glee, um fenômeno cultural que produziu misturas de trilhas sonoras e exigiu inúmeras horas de sessões de estúdio do seu elenco regular. No penúltimo ano de sua jornada, Michele lançou seu álbum de estreia, Louder, na Columbia Records. Todo o seu álbum foi gravado simultaneamente com suas versões em Glee, e vendeu 110.00 cópias até agora, de acordo com a Nielsen Music.

Em retrospectiva, Michele diz que equilibrar sua estreia pop com os rigores de Glee – bem como a morte prematura de Monteith, por causa de uma overdose, em Julho de 2013 – oprimiu seu álbum. “Foi muito”, ela admite. “Eu estava cantando 10 músicas por semana em Glee, no estúdio. De Salt N Pepa para Kelly Clarkson, para Celine Dion (covers). Quando chegou a hora de fazer o meu próprio álbum, acho que foi um pouco perturbador para mim em termos de querer descobrir o meu próprio som. E também perturbador por uma grande tragédia que aconteceu comigo, no meio da construção do álbum. E você ouve isso naquele álbum – você escuta a escuridão do que estava acontecendo na minha vida. Eu não acho que há uma consistência do álbum que eu esperava, mas isso é a vida”.

Michele diz que o processo de criação de ‘Places’ foi “muito mais pessoal do que o anterior”, e que ela manteve seu círculo pessoal pequeno. Ela ficou escondida em Harmony Studios, em West Hollywood, com Amanda Berman-Hill, sua representante da Sony, e Alexandra Tamposi, uma compositora que trabalhou em Louder. “Eu não cantei com ninguém além dessas duas garotas, o que criou uma consistência”, Michele explica. Ela também usou uma lista menor de produtores em comparação a Louder, dependendo fortemente de veteranos como John Shanks (Van Halen e Bom Jovi) e Toby Gad (Beyonce e Demi Lovato).

Enquanto Louder manteve-se no top 40 de canções – Sia ajudou a escrever “Cannonball”, e Michele diz que ela estava escutando muito Katy Perry e Kelly Clarkson naquela época – Places atenderá mais a poderosa voz de Michele, que foi destaque em ‘Les Miserables’ e ‘Spring Awakening’, na Broadway. Canções como “Love is alive”, “Run to you” e “Getaway Car” são projetadas para serem fontes de inspiração de alto punho, com Michele não fugindo de revelações pessoais ou melismas longos. Enquanto isso, “Hey You” aparecerá no final do álbum, e apesar de Michele não confirmar especificamente sobre o que é a música, “extremamente especial e pessoal”, é como ela descreve.

“Nós temos duas músicas que viram um pouco mais para o pop, mas na maior parte, eu sentei de volta e ouvi todas as músicas que eu cresci ouvindo e a maioria delas foi Celine Dion, de quatro longos minutos vocais olímpicos”, ela diz. “Este é um álbum vocal, e há definitivamente canções de amor, mas também há uma sensação de liberdade. Voltei e escutei todas as divas que eu amava, e tentei encontrar como essa música ressoa em mim, em 2017”.

Para Michele, a parte mais crucial de Places depende de algo que ela não poderia fazer suficiente em Louder: cantar ao vivo. Ela está “esperando” por uma longa turnê em apoio ao seu segundo álbum, mas ela garante, aconteça o que acontecer, os fãs irão ver essas músicas tocadas ao vivo, de alguma forma.

“Eu canto ao vivo, eu venho da Broadway, é isso o que eu faço”, ela exclama. “Eu realmente não tive a oportunidade de cantas as músicas (Louder) para as pessoas e subir ao palco.  Agora eu tive tempo para sentar e ir, ‘Quem sou eu?’ Qual é a minha voz?’ Não quero parecer ninguém além de mim”.

“Dane-se se as pessoas não gostam”, ela continua. “Esse álbum merece todo o meu tempo e cuidado, e é isso que eu planejo para este ano”.

Fonte: Billboard