Lea Michele na revista argentina 47 Street - Lea Michele Brasil

A edição de abril da revista argentina 47 Street teve Lea estampando sua capa, confiram a matéria traduzida abaixo. Ressaltamos que a tradução foi feita 100% em cima da matéria originalmente publicada, mesmo que com alguns erros de informação.

DEPOIS DA TORMENTA, SAI O SOL

O ano passado foi o mais duro para Lea Michele. Em julho, morreu seu namorado, Cory Monteith. Desde então, a protagonista de Glee passou os piores meses de sua vida. Mas atravessou sua dor através da música e nos trouxe seu primeiro álbum solo, Louder. Conheça o caminho que ela passou para superar a tragédia e quanto de Cory há nesse álbum.

Julho de 2013. A quarta temporada de Glee já havia acabado e os produtores se preparavam para filmar a quinta. A notícia caiu como um balde de água fria: Cory Monteith, que interpretava Finn na série, foi encontrado morto em um hotel de Vancouver, Canadá. O mundo parou. Os fãs de Glee estavam inconsoláveis. Mas uma pessoa sofreu mais que nenhuma outra. “Nunca pensei que iria estar nessa posição”, conta Lea Michele, em uma entrevista para uma revista americana. Como namorada de Cory (na ficção e vida real), a notícia devastou a atriz e cantora, que interpreta Rachel Berry na série. “Quando alguém está nessa posição, pode escolher se levantar. E isso foi o que decidi fazer. Cory iria querer que eu usasse essa situação para ajudar as pessoas. É muito difícil e é preciso ser muito forte para sair disso. Mas acredito que, dando o melhor de mim mesma e mostrando que não me perdi, quem sabe alguém sintisse o mesmo e encontre essa força”, reflete.

Lea encontrou. Seu CD solo, Louder, já estava quase pronto quando Cory morreu. A gravadora perguntou se ela queria acrescentar algo. A princípio, disse que não. Mas, logo depois, se deu conta de que poderia se arrepender se não fizesse. Com a ajuda da compositora Sia Furler, Lea escreveu duas canções sobre Cory: “If You Say So”, que foram as últimas palavras que ele lhe disse e “Cannonball”.

Em março, o disco foi lançado para venda. É um trabalho em que a atriz e cantora mostra seu lado mais íntimo e expõe totalmente seu talento vocal. Mas, como ela fez para seguir em frente e superar tal tragédia aos 27 anos?

A PRIMEIRA PAIXÃO

Lea Sarfati (esse é seu verdadeiro nome) não é a típica popstar que cantava desde os 3 anos. Contudo, imitava vozes e fazia sotaques divertidos. Quando tinha 8 anos, sua mãe a levou uma amiga sua a uma audição para Les Misérables e Lea, caprichosa, também quis fazer a audição. “Mas você não canta! Isso é para a Broadway”, sua mãe lhe disse. A história terminou com Lea ganhando o papel para um dos personagens principais, a pequena Cosette. Nunca havia tido aulas de canto nem atuado profissionalmente. Mas sua decisão foi definitiva: “quero fazer isso pelo resto da minha vida”, disse a seus pais depois dessa experiência.

Depois dessa obra, seguiu cantando na Broadway. Aos 14 anos, começou a trabalhar em um novo musical, Spring Awakening. A obra se concretizou 5 anos depois e a espera valeu a pena: o musical foi um sucesso retumbante.

De repente, a alegria desapareceu. Seu namorado na época terminou com ela e Spring Awakening saiu de cartaz. Lea estava perdida e recorreu a seu melhor amigo, Jonathan Groff. Ele, que havia atuado com ela no musical e estava vivendo em Los Angeles, a convenceu a viajar para a cidade californiana. Uns dias depois, conheceram Ryan Murphy, o criador de Glee, que lhe ofereceu o papel de Rachel Berry na série.

Lea e Cory se conheceram no set de gravação. Ele, canadense, tinha um passado sombrio: tomava drogas e álcool desde os 13 anos, havia passado pela reabilitação, trabalhou como motorista de um ônibus escolar e só havia tido algumas aulas de atuação. Ela, em contrapartida, era uma estrela da Broadway. “Desde o primeiro minuto em que vi Cory pensei: esse é o homem mais bonito que já conheci em minha vida”, disse Lea, que relembra o quão nervoso e intimidado ele estava quando a conheceu.

O casal começou a namorar assim que começaram as gravações da primeira temporada. Mas o romance não foi a público até 2011. “Um dia, nos olhamos e dissemos: você quer fazer isso? Nós sabíamos”, disse Lea.

O primeiro alarme soou em março de 2013, quando Cory voltou à reabilitação e assumiu seu passado com as drogas. Ela lhe apoiou durante todo o processo, mas, quatro meses depois, recebeu a notícia: o ator e cantor havia morrido de overdose em um hotel em Vancouver, Canadá.

O DUELO

Foram os piores meses da vida de Lea. A atriz Kate Hudson, sua amiga e companheira de elenco em Glee, a hospedou em sua casa. “A liguei e disse: não sei onde vou, porque minha casa está cercada por paparazzis. E ela me respondeu: você vai ficar na minha casa.” Se lembra. “Ninguém sabia que eu estava ali, foi genial. Ela deixou que minha família e amigos ficassem ali também e assegurou que meus sucos favoritos estivessem na geladeira. Nunca vou poder agradecê-la pelo que fez por mim”, disse Lea sobre Kate.

Apesar da situação, a protagonista de Glee seguiu adiante. Terminou de gravar e ajustar seu primeiro álbum solo, Louder, que acaba de sair para venda. Uma de suas canções, “You’re Mine”, foi gravada depois da tragédia e fala que uma pessoa pode pertencer a outra na vida. “Me faz pensar muito no Cory. Era nossa. Quando penso nele, penso nessa música”, confessou entre lágrimas.

Na sua bagagem, a artista tem um Screen Actors Guild Award, que ganhou em 2010 e três People’s Choice Awards. Além disso, foi nomeada a dois Golden Globes e um Emmy. É por isso que, apesar da tragédia, sabia que devia seguir adiante e continuar fazendo o que sabe de melhor: canto, dança e atuação.

EM BUSCA DA FORÇA INTERIOR

Em janeiro, Lea se encontrou com seu amigo Jonathan em um café na Califórnia. Ele a entrevistou e perguntou coisas que só um amigo poderia perguntar. Aqui estão as melhores partes da conversa:

JG: Você está para lançar seu primeiro álbum. Não é incrível?

Lea: Durante Glee, sentia que tinha esse impulso de ser uma artista. Foi um grande momento em minha vida e estava incrivelmente feliz. Minha relação com Cory me fazia sentir que poderia tocar as estrelas e muito mais. Assim, disse a mim mesma: vou encarar o desafio e fazer esse disco agora. Obviamente tem muito pop. Mas acho que ressalta meu lado como cantora.

JG: Sinto que nunca te escutei assim antes

Lea: Sou eu. Sou Lea. Não é Rachel Berry, nem tão pouco Lea na Broadway.

JG: Porque se chama Louder?

Lea: Louder sou eu. Falo forte. Venho de uma família italiana e não paro de falar.

JG: Eu sei! Qual sua música favorita no álbum?

Lea: A minha preferida, 100% é “You’re Mine”. Estava escutando ela outro dia… Foi a música com quem tive a maior reação emotiva, porque reflete minha relação com Cory.

JG: Qual a canção favorita de Cory?

Lea: Ele era muito fã do CD. “Você vai ser uma popstar! O que vamos fazer? Vamos sair em turnê? Isso vai ser algo grande!” ele me dizia. E eu respondia que não sabia. Ele escutava cada música e me dava sua opinião. Ele adorava “Battlefield”. Me dá calafrios só de pensar. Mas acho que “Burne With You” era sua favorita. Ele foi ao estúdio de gravação nesse dia.

JG: Como seu amigo, vendo tudo pelo que você passou, te vi muito forte. De onde você crê que tenha saído essa força? Não consigo entender…

Lea: De alguma maneira, senti que o amor louco que eu e Cory tínhamos pelo outro se transformou na força que tenho agora. Algo como saber que ele está vendo cada coisa que faço e sinto que tenho que fazer tudo não só por mim, mas também por ele. Também tenho uma rede de segurança embaixo de mim. Se eu caio, ou se está demais para mim, meus amigos e família estão lá para me segurar.

O SHOW DEVE CONTINUAR

A morte de Cory mudou tudo. Mas o criador de Glee decidiu não explicar como Finn morreu. No lugar disso, reuniu os membros do elenco para homenageá-lo com uma canção. Durante esse capítulo, é evidente o sofrimento de todos os personagens, sobretudo de Rachel.

Em 13 de março, vocês verão a segunda parte da quinta temporada de Glee, na Fox às 22 horas. Vocês irão se deleitar com as participações especiais de Demi Lovato e Adam Lambert. Por mais que estranhemos muito a falta de Cory, o show deve continuar… Foi a filosofia que Lea adotou com o lançamento desse primeiro álbum: tomar esse sofrimento e transformar em energia para seguir adiante e realizar seus sonhos, como Cory gostaria que ela fizesse.