Lea Michele para a Women’s Health UK de Setembro - Lea Michele Brasil

Lea Michele estampa a capa da edição de setembro da revista Women’s Health UK e concedeu uma entrevista muito legal ao repórter John Wright. Confiram a tradução abaixo:

Nudez: Ficar nua pode e deve ser uma coisa alegre, célebre e brilhante. Quatorze mulheres – diferentes formatos, tamanhos e maneiras de pensar, mas todas orgulhosas de seu próprio corpo – confira todas as modelos nuas da Women’s Health 2016. Os resultados, esperamos que todos concordem, são lindos…

Lea Michele – 29, atriz e cantora.

Esperando por nossa estrela da capa chegar num hangar gigante tipo estúdio fotográfico em Los Angeles, nossa equipe estava um pouco nervosa. O construtor do set ainda pintava sua proposta, o organizador se preocupava sobre quando o café da manhã iria chegar e o figurinista tinha um verdadeiro arsenal de “protetores modestos”, incluindo calcinhas nudes e cobertores de mamilos. O publicitário reclamava que a sala estava muito fria, que sua cliente iria precisar comer primeiro e que precisaria dar pausas. Então, exatamente no horário, às 9:30 da manhã, chega uma pequena mulher, com seu cabelo cheirando a óleo de coco, chinelos simples, sorrindo e agitando as mãos para todos. Sua única exigência? “Músicas que fizesse você querer fazer sexo” – quando saiu, foi para preparar duas fatias de torradas com abacate na cozinha.

Duas horas depois, Lea Michele perambulava pelo set e pulava constantemente para conferir as fotos no monitor. “Esse corpo está arrasando”, dizia ela sem pudor, se olhando na tela.

“Ficar nua definitivamente não é um problema para mim”, disse Lea mais tarde, quando sentamos para conversar. Em parte porque ela sempre se sentiu confortável com seu corpo, mas também porque no último ano ela vem treinado. Bastante. “Quando acabei Glee (a comédia musical de sucesso feita voltada para os jovens, mas que virou um prazer secreto para adultos também), precisei de algo para substituir toda a dança que eu fazia lá. Nesse momento, me sinto fisicamente em minha melhor forma e emocionalmente melhor do que nunca”, disse ela. Mas no lugar de contratar um personal trainer (“não acho que eu precise de motivação”), ela vai para a SoulCycle, na sede da academia de spinning próxima a sua casa em Brentwood, LA.

Contei a ela que me espremi no fundo da sala na minha primeira aula na SoulCycle aquela manhã e testemunhei o professor falando sobre o poder da oração e empurrando todos em um frenético estado de elevação – todas as pessoas às 6 da manhã dentro de um estúdio de spinning com iluminação reduzida. Ela sentiu meu jeito britânico reservado.

“De cara, não achei que entraria naquele clima também. Mas deixe te contar, agora estou sempre na primeira fila, cantando e batendo palmas junto com todos. Não sou o tipo de pessoa que vai à academia. Para mim, me exercitar precisa ser algo bom para minha mente também e quando termino, a endorfina está zunindo, estou brilhando e sinto como se pudesse dominar o mundo”.

Entrar nesse clima é um ato de disciplina, mas não uma atitude de punição relacionada a comida.

“Mantenho minha casa praticamente livre de glúten e vegana, o que eu considero muito importante, porque quando você procura um lanchinho em casa, suas opções vão ser apenas saudáveis”.

Isso significa que Lea se sente confortável ao sair e sentir livre com suas escolhas, independente de ser um hambúrguer gourmet (quando ela come carne, é uma escolha consciente) ou as 3 fatias de pizza com massa, como ela fez noite passada. Não existe nenhuma regra extrema, a não ser uma: sem fast food.

“Quando digo que extravasei, isso significa pizza, macarrão com queijo, massas… Nunca McDonald’s. Mas cada um pode fazer o que quiser, isso é simplesmente o que eu faço.”

A positividade de Lea é inegável. E, daquela maneira LA de ser, ela é constantemente grata por sua sorte na vida. Mas, taxativamente aceita:

“Não sou perfeita. Não estou tentando parecer uma garota perfeita, mas me amo como sou, com defeitos e tudo.”

Quais são seus defeitos? Pergunto. Sabiamente, ela não os torna públicos.

“Todos têm seus defeitos e eu tenho minha lista deles.”

Lea também teve a sinceridade de admitir que a vida nem sempre funciona como planejado. Mesmo ela, uma pessoa que “acorda feliz” às 8 da manhã todos os dias, tem seus dias para baixo.

“Aqui está o segredo, eu aceito esses dias da mesma forma que os felizes. Minha solução? Fazer macarrão com queijo, ligar para minha mãe, me servir uma taça de vinho tinto e assistir um pouco de reality show na televisão. Não há nada que não possa ser consertado.”

SEGUINDO EM FRENTE

Obviamente, perguntei, apesar de seu elevado nível de alegria naquele dia (“amo a oportunidade de celebrar meu corpo!”), todos sabem de sua trágica história passada. Já faz 3 anos desde que seu namorado nas telas e vida real, Cory Monteith, morreu por overdose aos 31 anos em um quarto de hotel em Vancouver. O nível de fama de Lea e Cory juntos era estratosférico: o programa tinha 13 milhões de expectadores, o elenco fez tours em estádios e se apresentou para o presidente Obama. Quando a notícia explodiu, a casa dela foi cercada por paparazzis (sua amiga Kate Hudson ofereceu sua casa para se recuperar por alguns dias) e o nível de sofrimento de luto vindo dos fãs do casal era esmagador.

Fui orientado a não perguntar sobre Cory diretamente. Mesmo assim, sua abstinência domina. Seu corpo tem lembretes físicos. Lea tem “Finn” – o nome do personagem dele – tatuado em seu quadril e a letra da música “If You Say So” (sobre Cory, depois de sua morte) em sua costela. Em abril desse ano, ela adicionou um pequeno número 5 – número da camisa de futebol de Finn.

“Na verdade essa foi uma ideia do meu pai”, disse Lea sorrindo. “Ele queria faze-la e tatuou no tornozelo. Achei tão legal, que fui lá e fiz também”.

Então, vem o seu novo álbum, que acabou de ser gravado, mas não vai ser lançado até o ano que vem. O primeiro, eu ouso dizer, trouxe um monte de tristeza.

“Sim. Obviamente a última música foi sobre Cory. Nesse novo, a última música será sobre ele novamente. Mas é uma música cheia de esperança, estou num estado diferente. Estou mais forte”.

VIDA DE SOLTEIRA

Lea esteve em dois relacionamentos desde Cory. Quando nos encontramos, ela estava namorando o ator Robert Buckley e seu Instagram exibia uma foto fofa do casal. Mas ela foi s o suficiente para não falar sobre ele. Foi um movimento esperto: duas semanas depois eles acabaram. Então no lugar desse assunto, perguntei o que estar em um relacionamento significava para ela. Novamente, o fantasma de Cory, que combateu o vício secretamente por anos, ressurgiu. Ela faz uma pausa, antes de responder cuidadosamente.

“Estava lendo uma entrevista com Reese Witherspoon e ela falava sobre como é vital encontrar um parceiro que realmente tomasse conta de si mesmo. E isso é algo que eu descobri ser importante. Me cuido e uso muito do meu tempo fazendo isso, então preciso de alguém que cuide de si mesmo também. Só então você se torna capaz de estar com alguém e formar uma boa parceria.”

É incrível que Lea ainda tenha tempo para estar em um relacionamento. Em duas semanas, ela estará de volta aos estúdios para gravar sua segunda temporada em Scream Queens e esteve filmando uma rápida série de sci-fi para a TV em suas férias. Lea trabalha praticamente sem parar, pulando de um projeto a outro (dois álbuns, dois livros, duas séries de TV) e ela é, sem constrangimento em assumir, ambiciosa.

“Acho que as mulheres deveriam ser mais abertas sobre seus objetivos. Tenho orgulho do que conquistei porque trabalhei duro para isso”.

Seu direcionamento é palpável e ela é metódica. Para começar, ela escreveu uma lista de coisas que gostaria de conquistar: um papel numa série de TV, gravar um CD, comprar sua própria casa. ✓, ✓, ✓. Ano passado a estrela fez uma nova lista: decorar, começar uma rotina fitness e conquistar uma nova série de TV. Novamente, tudo cumprido.

Tudo isso requer sacrifício, é claro, e apoio. Sua família é extremamente presente. Ao fim da entrevista, no lugar de um motorista, a mãe de Lea é quem chegou para buscar a filha. E o resto da tarde?

“Não sou muito de sair. Se puder escolher, assisto um pouco de TV e vou dormir às 9 da noite. Isso para mim é felicidade”.